100 ANOS DE VIDA E MISSÃO: PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE

No dia 10 de fevereiro de 2024, memória Litúrgica de Santa Escolástica, as Pias Discípulas do Divino Mestre celebraram o Centenário de Fundação. São 100 anos de história, presentes em 27 nações, espalhadas nos cinco continentes.

Este dia foi de festa e alegria em todas as comunidades das Discípulas. No Brasil, foi escolhida a Diocese de Campo Limpo, a Catedral Santuário Sagrada Família para a Celebração Eucarística porque é a sede da província. Presidiu a celebração Dom Valdir José de Castro, ssp e esteve presente também o bispo de Jundiaí, Dom Arnaldo Carvalheiro Neto. Temos uma comunidade numerosa na Paróquia Jesus Nazaré, em Jacaré, Cabreúva/SP e foi muito significativa e marcante a presença de Dom Arnaldo conosco neste dia. Além dos bispos, participaram membros da Família Paulina: Paulinos, Filhas de São Paulo, Pastorinhas, Apostolinas e Cooperadores Paulinos; e outros amigos e amigas na missão.

As Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre, fundadas pelo Padre Tiago Alberione, em Alba, Itália, em 10 de fevereiro de 1924, é a terceira fundação que compõe a Família Paulina. O nome, Pias Discípulas do Divino Mestre, sinaliza a nossa identidade carismática, centrada em Jesus Cristo Mestre Caminho, Verdade e Vida. Este dia é marcante porque no dia 10 de fevereiro de 1924, memória de Santa Escolástica, padre Alberione escolheu Úrsula e Metilde, duas jovens do grupo das Filhas de São Paulo, para o início da nova fundação. No dia 25 de março do mesmo ano, festa da Anunciação, este grupo era de oito jovens. Neste dia, faz sua manifestação oficial com o hábito religioso e a profissão dos votos. Recebem um nome novo e Úrsula torna-se Irmã Escolástica da Divina Providência.

No mesmo dia, Irmã Escolástica inicia aquele que será o seu trabalho principal: a Adoração Eucarística e o viver como irmã e mãe ao lado dos Sacerdotes e Discípulos da Sociedade São Paulo. Desde estes inícios, Madre Escolástica Rivata passa a ser a colaboradora em Cristo com Padre Alberione, para a realização do carisma das Pias Discípulas do Divino Mestre. Com vinte e oito anos é a responsável pela nova família que surge e, a partir deste momento, pode-se ler a história de Escolástica somente seguindo passo a passo o caminho das Pias Discípulas.

Damos graças ao Pai por sua fidelidade em nossa vida e missão nestes 100 anos, nas pegadas de Jesus, como as mulheres do Evangelho.

Este vídeo foi feito pela Ir. Kelly de Oliveira, pddm, e conta um pouco desta grande história. Foi passado na celebração do dia 10/02/2024, na Catedral Santuário Sagrada Família.
Celebração Eucarística – 10/02/2024

JUBILEU DA VIDA CONSAGRADA: 50 E 60 ANOS DAS NOSSAS IRMÃS

Sinal concreto desta fidelidade de Deus é o jubileu de 60 e 50 anos de nossas Irmãs.

Nesta celebração dos 100 anos, nos alegramos também com nossas Irmãs:

60 anos de vida religiosa:

Ir. Marcelina [Genita] Callegari nasceu em 12 de março de 1942, em Vargem Alta/ES. Ingressou na Congregação em abril de 1961 e fez a sua primeira profissão religiosa em 25 de março de 1964. Viveu sua vida de Discípula em São Paulo; Caxias do Sul; no Rio de Janeiro; Curitiba; Morungaba; Caracas na Venezuela. Atualmente mora na Comunidade Divino Mestre, em Cabreúva/SP.

• Louvem a Javé no céu (…) Montes e colinas todas, árvores frutíferas e cedros todos, feras e animais domésticos, répteis e pássaros que voam. Sl 148, 1.9-10.

Ir. M. Tecla [Laci] Marqueti nasceu no dia 14 de julho de 1941, em Alfredo Chaves/ES. Ingressou na Congregação em abril de 1961 e fez a sua primeira profissão no dia 25 de março de 1964. Viveu a vida de Discípula nas comunidades de São Paulo; Rio de Janeiro; Caxias do Sul/RS e Santiago do Chile.  Atualmente mora na Comunidade Divino Mestre, em Cabreúva/SP.

• ‘’… o Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor. Seu nome é santo’’. Lc 1,49.

50 anos de vida religiosa:

Ir. M. Luciana [Clara] Tonon nasceu, em Vista Alegre do Prata/RS, no dia 31 de julho de 1953. Ingressou na Congregação em julho de 1965 e fez a sua primeira profissão no dia 19 de março de 1974. Viveu a missão das Discípulas em São Paulo, na Raposo Tavares e no Pacaembu; Caxias do Sul; Curitiba; Brasília; Porto Alegre, Morungaba e Cabreúva. Em breve fará parte da comunidade Irmã Modesta, em Codajás, no Amazonas.

• A vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim. Gl 2,20

Ir. M. Luzia Frigeri nasceu no dia 15 de novembro 1950. Entrou em Congregação em novembro de 1968 e fez sua primeira profissão no dia 25 de janeiro de 1975. Viveu a missão das Discípulas nas comunidades de São Paulo na Raposo Tavares e Caxingui; Rio de Janeiro; Caxias do Sul; Brasília; Cabreúva, Codajás no Amazonas. Atualmente faz parte da comunidade Divino Mestre, em Belo Horizonte/MG.

Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede. Jo 4,15

Ir. Marinez Cantelli nasceu no dia 14 de novembro de 1953 em Videira/SC. Ingressou na congregação, em janeiro de 1968 e fez a Profissão Religiosa no dia 10 de fevereiro de 1974. Viveu a missão de Discípula em São Paulo na Raposo Tavares, Vila Mariana, Jardim Sapupemba e em Osasco; Curitiba; Porto Alegre; Salvador; Recife e Balsas no Maranhão. Atualmente faz missão em Manaus.

 Bendito seja Deus, antes da criação do mundo ele nos escolheu em Cristo, para o louvor de sua glória, Ef 1

Ir. Maria da Glória Thomaz nasceu no dia 03 de fevereiro de 1952. Ingressou na Congregação em junho de 1969 e fez sua primeira profissão no dia 10 de fevereiro de 1974. Viveu a Missão das Discipulas, nas Comunidades, de São Paulo; Rio de Janeiro; Brasília; Curitiba; Caxias do Sul. Atualmente vive na comunidade Madre Escolástica, Caxingui/SP.

O senhor vai acendendo luzes, quando vamos precisando delas. Pe. Tiago Alberione.

Ir. Maria da Penha Carpanedo nasceu no dia 18 de novembro de 1953. Ingressou na congregação em dezembro de 1969 e fez sua primeira profissão no dia 10 de fevereiro de 1974. Viveu a missão das Discipulas, em São Paulo, na Raposo Tavares, no Pacaembu, na Liberdade, e vida Mariana. Atualmente mora na Comunidade Divino Mestre, em Belo Horizonte/MG.

De um profundo lamaçal ele tirou-me, pôs meus pés sobre um rochedo, onde eu me firmo”. Sl 40,1

Ir. M. Oliva Sfredo nasceu em Vista Alegre do Prata/RS, no dia 11 de abril de 1954. Ingressou na Congregação em janeiro de 1966 e fez a primeira profissão em Roma, onde também fez o noviciado, no dia 6 de agosto de 1974. Viveu sua vida de Discípula em São Paulo, nas comunidades da Raposo Tavares e Pacaembu. Atualmente mora na comunidade Nazaré, em Cabreúva/SP.

Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual, por meio de Cristo, nos abençoou com todo tipo de bençãos espirituais…  Ef.1,3.

Ir. M. Ozília Ardisson, Nasceu em 3 de dezembro de 1947, em Linhares/ES. Entrou na congregação em novembro de 1969. Fez a Primeira profissão no dia 10 de fevereiro de 1974. nas comunidades de São Paulo; Brasília; Porto Alegre; Caxias do Sul; Taguatinga; Salvador; Olinda; em Buenos Aires, Argentina e Caracas na Venezuela.

•  Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. Lc 1,38

Ir. M. Pierangela [Ilida] Dalla Riva, nasceu no dia 14 de setembro de 1945, em Aratiba/RS. Ingressou na Congregação em março de 1971. Emitiu a sua primeira profissão em 10 de fevereiro de 1974. Viveu nas comunidades em São Paulo na Raposo Tavares e Osasco; Caxias do Sul; Rio de Janeiro, Porto Alegre; Olinda; Taguatinga/DF. Atualmente mora na comunidade Madre Escolástica, Caxingui/SP.

Tudo na alegria do “Faça-se?” de Maria. Seguindo Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida dom total a Deus e às pessoas no Serviço: Eucarístico, Sacerdotal e Litúrgico na Igreja.

Ir. Terezinha Lubiana, nasceu em Governador Lindenberg/ES, no dia 22 de setembro de 1952. Ingressou na Congregação em maio de 1069 e fez a primeira profissão no dia 10 de fevereiro de 1974. Viveu como Discipulas do Divino Mestre nas comunidades: São Paulo na Raposo Tavares, Pacaembu, Liberdade e Cabreúva; Rio de Janeiro; Curitiba; Caxias do Sul. Atualmente está na Comunidade Madre Escolástica, Caxingui/SP.

Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Jo10,11.

Ir. M. Inez Morigi e Ir. Marcela Fabian são brasileiras e fazem parte do grupo das jubilandas de 50 anos de vida religiosa, mas são missionárias na Itália. Nesta celebração, também as recordamos.

Crédito das fotos: PASCOM CAMPO LIMPO

ABERTURA DO ANO JUBILAR PDDM

O Espírito do Senhor está sobre mim;
Ele me enviou para proclamar o ano da graça do Senhor
(cfr Is 61; Lc 4,18-19).

Com o passar do tempo, muitas coisas serão realizadas
que agora não se pode imaginar,
desde que sejais fiel a sua vocação,
na docilidade e na fé.

Na Família Paulina nascente, a comunidade
das irmãs cresce em espírito de adoração e de serviço (RV 4).

No dia 21 de novembro, segunda-feira, recordamos a abertura do Ano Jubilar em preparação ao Centenário da Congregação. Nós celebramos na Casa Provincial, às 7h, e presidiu a celebração o pe. José Erivaldo Dantas, ssp.

Na sua homilia, Pe. Erivaldo falou da liturgia do dia, sobre a Memória da apresentação de Nossa Senhora. Sobre a alegria de celebrar o Centenário, o presbítero usou uma imagem interessante e bonita. Disse que já teve oportunidade de celebrar 100 anos de um tio. Momento de alegria e festividade para toda família. Mas pediu para ver como aquela pessoa chega aos 100 anos: chega bem, dentro do possível, com saúde e perspectivas ou chega cansada, triste e com dificuldade. Assim ele pediu que fizéssemos também a nossa avaliação desta chegada aos 100 anos.

Participaram presencialmente da celebração algumas Irmãs das Comunidades das Pias Discípulas em São Paulo. Como os ouvintes de Jesus na sinagoga de Nazaré, acolhemos o dom particular de um Ano de graça, revisitando o passado com gratidão, o presente com compromisso e o futuro com esperança.

Estamos concluindo o ano litúrgico na Solenidade de Cristo Rei do Universo e também nós, como toda a Igreja, estamos prestes a abrir um novo ano da graça, olhando para a realização do Reino, inaugurado por Jesus.

Em 21 de novembro de 1923, o pe. Alberione “colocava a parte” as duas primeiras Irmãs: foi um ato de preparação para a obra que há muito tempo ele guardava em seu coração, à luz do Espírito, como ele diria: «Em 1908 comecei a rezar e pedir orações para que nascesse uma Família religiosa de vida retirada, dedicada à Adoração e ao apostolado sacerdotal e litúrgico: toda de Jesus Divino Mestre presente no Mistério Eucarístico».(APD 1946-47, 21. Outras referências no mesmo volume nos números 42. 50. 129. Tradução retirada do livro CESARATO, Regina. A árvore vista a partir das raízes volume 1. Manuscrito de uso interno, 1997, p. 61).

Um pouco da nossa História presente na Regra de Vida PDDM

  1. Padre Tiago Alberione (1884-1971), na memória de santa Escolástica (10 de fevereiro de 1924), inicia em Alba (Itália) a Congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre. Escolhe Orsola Rivata (1897-1987) para ser sua colaboradora em Cristo. Chama-a com o nome de Escolástica, que significa “discípula”, e lhe confia a primeira comunidade de irmãs.

2. Tiago Alberione nasce em uma família camponesa e pobre, onde foi educado numa sólida vida cristã e ao trabalho.
Aos sete anos, sente-se “iluminado” e declara: «quero ser padre». Nesta direção orienta “o estudo, a piedade, os pensamentos, o comportamento e até o lazer”.
Ordenado presbítero, torna-se membro da Associação dos Sacerdotes Adoradores. No seminário de Alba empenha-se na formação ao presbiterado, atento aos movimentos de renovação socioeclesial.

3. A experiência eucarística que o seminarista Tiago Alberione vive na noite de passagem entre os dois séculos (1900-1901) é “decisiva para a missão específica e o espírito particular no qual nasceria e viveria a Família Paulina”.
Em resposta ao convite evangélico «Vinde a mim todos», sente-se obrigado a preparar-se para fazer algo para o Senhor e a humanidade do seu tempo, unificando tudo em Cristo Mestre, Caminho, Verdade e Vida.
Quando ressoa a hora de Deus, padre Alberione dedica-se totalmente ao apostolado da Imprensa, confirmando o chamado à evangelização nas fronteiras inexploradas do mundo da comunicação.
Aberto aos sinais dos tempos, associa a mulher na diversidade e na complementaridade dos carismas, para a vida e a missão da Igreja.
Considerando a situação religiosa do mundo, a partir de 1908 começa “a rezar e a pedir orações” para o nascimento de uma Família religiosa “toda de Jesus Divino Mestre presente no Mistério eucarístico”.
A nossa Congregação se torna memorial da experiência carismática do Fundador: reza e trabalha para que a humanidade acolha, escute e ame Jesus Mestre e Salvador.

4. Guiado pelo Espírito e confirmado pelo Cônego Francesco Chiesa (1874-1946), seu diretor espiritual, o Fundador reúne as primeiras jovens na casa Divino Mestre e, em colaboração com Madre Escolástica, forma-as para uma nova missão em vista do advento do Reino de Deus no mundo.
Na Família Paulina nascente, a comunidade das irmãs cresce em espírito de adoração e de serviço.
Caracteriza-se pela fé heróica, pelo trabalho assíduo e pelo amor mútuo, na alegria, no silêncio e no habitual recolhimento.
Encontramos este estilo de vida nas páginas evangélicas que inspiraram a Oração de Betânia.


5. O evento fundacional da nossa Congregação amadureceu na Igreja com alternadas vicissitudes que trazem o selo da Cruz. Padre Tiago Alberione institui inicialmente as Pias Discípulas do Divino Mestre “distintas e separadas” das Filhas de São Paulo, mas, por vicissitudes canônicas, foram a estas associadas em uma única aprovação. A interferência do Fundador, de Madre Escolástica e a oferta de vida do padre Timóteo Giaccardo (1896-1948) contribuem ao reconhecimento eclesial e institucional da nossa Congregação. No dia 3 de abril de 1947, quinta-feira santa, foi promulgado o decreto da aprovação diocesana. O nosso carisma exprime mais nitidamente a sua índole universal e a sua eficácia apostólica na aprovação pontifícia, concedida no dia 12 de janeiro de 1948 e ratificada definitivamente no dia 30 de agosto de 1960. O discernimento eclesial expresso com a beatificação de padre Tiago Alberione nos confirma na vocação recebida.

6. Participamos do projeto unitário da Família Paulina: viver e comunicar Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, à humanidade de hoje com os meios mais rápidos e eficazes que o progresso humano oferece.
A nossa Congregação, chamada a cultivar a comunhão, “vai à raiz da videira, para obter a linfa que alimentará a planta, e assim dar frutos de santidade e de apostolado”.

7. Conquistadas por Jesus Mestre, contemplamo-lo e seguimo-lo no Mistério Pascal. Ele vive e se forma em nós no dinamismo do ano litúrgico e, com a força do seu Espírito, transforma a nossa vida em culto agradável a Deus.
Maria, Rainha dos Apóstolos, nos introduz à escola de Jesus Mestre e nos ensina como amá-lo e anunciá-lo na vida de cada dia.
São Paulo, apóstolo e místico, guia-nos no ardor da caridade até ao “não sou mais eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”.

8. No mistério da Igreja, povo de Deus, formamos comunidades onde se acolhe, se escuta e se serve ao Senhor, na multiplicidade das suas presenças com a nossa específica missão.
Como Maria, imagem da Igreja, dóceis ao Espírito, guardamos a Palavra e a colocamos em prática, até sermos um só coração e uma só alma..

9. Pela ação do Espírito Santo, recebemos “a graça do apostolado” em Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida.
Como Maria, Mãe de Deus, e as mulheres do Evangelho, transformadas pelo encontro com o Ressuscitado, Beleza que salva o mundo, somos enviadas, apóstolas com os apóstolos, a anunciálo, a celebrá-lo e a servi-lo.
Do amor a Jesus vivente na Eucaristia, no Sacerdócio e na Liturgia nasce o nosso apostolado orientado à glória de Deus e à paz da humanidade.
No espírito do apóstolo Paulo, que se fez tudo para todos, acolhemos com discernimento os valores e as tradições dos diversos povos e nos empenhamos no diálogo ecumênico e inter-religioso para o anúncio da novidade evangélica.

11. Continuamente damos graças a Deus que nos chamou a ser discípulas do seu Filho Jesus, nosso Senhor e Mestre.
A voz do Espírito Santo, na profundidade do nosso coração, nos coloca em sintonia com o carisma de padre Alberione, vivido pela Família Paulina de geração em geração. “Tudo é de Deus, tudo nos leva ao Magnificat!”.

  1. Percorremos o itinerário de cristificação, vivido pelo Fundador. Em Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, ele se deixou gradualmente transformar em verdadeiro homem de Deus e em apóstolo dos novos tempos.
    Ressoa também em nós a Palavra de Jesus: «Vinde a mim todos vós». Na Eucaristia renovamos o pacto que nos empenha a confiar-nos a Deus e a orientar todas as forças para o advento do seu Reino no mundo.
    Deixamo-nos conduzir pelo Espírito na procura da face de Deus, a exemplo das irmãs e dos irmãos que nos precederam na vocação.
    Nas provas do caminho espiritual e do apostolado perseveramos sustentadas pela promessa de Jesus Mestre Eucarístico: “Não temais. Eu estou convosco. Daqui quero iluminar. Arrependei-vos
    dos pecados”.

13. Atraídas pelo amor de Jesus Cristo, aderimos a Ele de modo livre e pessoal. Entramos no Caminho novo e vivo que nos guia ao Pai, na Verdade que nos torna livres e na Vida que nos preenche de alegria.
Caminhamos em novidade de vida, impelidas à plena configuração a Cristo no seu Mistério Pascal: “Fui crucificado com Cristo e não sou mais eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. Esta vida na carne, eu a vivo na fé do Filho de Deus que me amou e se entregou por mim”.

DIAS SIGNIFICATIVOS PARA A MEMÓRIA AGRADECIDA

21 de novembro de 1923: Úrsula Rivata e Metilde Gerlotto são colocadas a parte para iniciar uma nova obra na Família Paulina.
26 de novembro de 1971: morre, em Roma, o Bem-Aventurado Tiago Alberione, nosso Fundador.
29 de novembro de 1936: Madre Escolástica com Ir. M. Elia Ferrero partem do porto de Nápole para a fundação de uma comunidade no Egito e chegam em Alexandria/Egito no dia 2 de dezembro.
9 de dezembro de 2013: a Serva de Deus Madre Escolástica Rivata é reconhecida Venerável pelo Papa Francisco.
12 de janeiro de 1948: recebemos a Aprovação pontifícia.
24 de janeiro de 1948: morre o Bem-Aventurado Timóteo Giaccardo, fidelíssimo entre os fiéis do Fundador.
10 de fevereiro de 1924: em memória de Santa Escolástica, o Pe. Tiago Alberione dá início, em Alba, a Congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre.

ORAÇÃO

Bendito sejais, Senhor nosso Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, fonte de vida e de todo dom.

Nós o louvamos pelas abundantes riquezas de graças dada à Igreja e à Família Paulina através da vida do Bem-Aventurado Pe. Tiago Alberione.

Ó Pai, guiastes com sabedoria estes 100 anos de história das Pias Discípulas do Divino Mestre e, com a efusão do Espírito Santo, as fez testemunhas do teu Filho Jesus.

Suscite hoje outras discípulas e apóstolas, seguindo o exemplo da venerável Madre Escolástica Rivata.
Participantes do sacerdócio real do seu povo, converte-nos em uma liturgia viva para que, saciadas da fonte inesgotável de sua Palavra e Eucaristia, sejamos profecia de sua Presença que salva e transforma o mundo.

Glória a Ti, Santa Trindade, que desperta em nós o desejo de contemplar seu Rosto. Leve a pleno cumprimento a obra que iniciou, enquanto caminhamos, peregrinas, nesta história.

Guiados por Maria, Rainha dos Apóstolos, por São Paulo, por todos os santos e santas, chegaremos à sua morada, onde cantaremos para sempre o seu amor.

Por Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, na unidade do Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.

ANO JUBILAR PDDM

Em 21 de novembro de 2022, abre-se o ano jubilar do Centenário de Fundação das Pias Discípulas do Divino Mestre.

O ano jubilar é um tempo de graça no reconhecimento do dom que vem de Deus. É tempo de memória deutoronômica, como reza o Salmista: “Recordo-me dos dias passados, medito todas as tuas ações e fico refletindo sobre as obras de tuas mãos” (cf. Sl. 143). É tempo de reconciliação pelas infidelidades e incorrespondências, pelas divisões e feridas que provocamos ou temos sofrido, por causa do nosso pecado e da fragilidade da natureza humana. É tempo de olhar para frente com confiança, convencidas de que Deus é fiel: os dons e o seu chamado são irrevogáveis (cf. Rm 11,29). É tempo de renovada confiança em Jesus Mestre, que continua chamar novas gerações a serem mulheres do Evangelho, transformadas pelo encontro com Ele e corajosas em fazer ressoar o primeiro anúncio, com gestos e palavras: “Jesus Cristo te ama, deu a sua vida para salvar-te, e agora está vivo a teu lado cada dia, para iluminar-te, para reforçar, para libertar-te” (EG 164).

A presença de Jesus Cristo em nós se reconhece na medida em que um encontro conseguiu fazer com que você permanecesse aqui por toda a vida. Quem entre nós se envolve inteiramente é uma fonte de energia, de atividade, de criatividade inesgotável. Se não fomos alcançadas no profundo de nosso coração, se não vimos o Senhor, talvez demos parte do nosso tempo, vamos aos encontros, vamos à Missa, à adoração… damos algo, mas não fazemos uma experiência tão totalizante de modo a descobrir que o Senhor me chama por inteiro. E desta experiência totalizante nasce a urgência da formação continuada e da missão. Não podemos mais calar aquilo que vimos e ouvimos! (cf. At 4,20)

A beleza do encontro entre Maria e Isabel, através da presença do Espírito que dá vida, se manifesta no louvor do Magnificat e na dança do pequeno João. Nossas comunidades vibram da alegria do Evangelho, da Boa e Bela Notícia de que Deus ama o mundo e cuida de todos os seus filhos? Mesmo nestes tempos difíceis e sombrios, em que fragilidade e vulnerabilidade pedem testemunhas de esperança?

«Como cristãos, não podemos esconder que “se a música do Evangelho parar de vibrar em nossas entranhas, teremos perdido a alegria que flui da compaixão, da ternura que nasce da confiança, da capacidade de reconciliação que encontra sua fonte em saber que somos sempre perdoados-enviados. Se a música do Evangelho parar de tocar em nossas casas, em nossas praças, no local de trabalho, na política e na economia, teremos extinto a melodia que nos provocava a lutar pela dignidade de cada homem e mulher.” (Discurso no Encontro ecumênico, Riga – Lituânia (24 de setembro de 2018): L’Osservatore Romano, 24-25 de setembro 2018, p. 8). Outros bebem de outras fontes. Para nós, essa fonte de dignidade humana e de fraternidade está no Evangelho de Jesus Cristo». (FT 277).

Logomarca do Centenário e do 10° Capítulo Geral

Logomarca do Centenário e do 10° Capítulo geral


Foi escolhida a logomarca elaborada por Ir. M. Laide Sonda (Província do Brasil). Evidencia a relação entre Jesus, Mestre e Senhor da Vida, e as mulheres que o seguem pelas estradas do mundo. A ficha descritiva, que se encontra anexada, nos ajuda a compreender melhor a proposta que a imagem quer transmitir.


Para o 10° Capítulo geral, foi escolhido adaptar a Logomarca do Centenário conservando sua imagem, mas inserindo o tema específico. De fato, no ano de graça 2022-2024, entrelaçam-se para nós, estes eventos importantes que se remetem reciprocamente: desejamos vive-los em harmonia e continuidade.


Conforme já dito, a Logomarca para a comemoração do Centenário é simples e constituída por quatro elementos principais: Jesus Mestre, Discípulas, Caminho-linhas aos pés, o número 100.


A figura de Jesus Mestre é a figura principal; Ele é o centro e o objetivo de nossa vocação e missão. O discipulado é aprendizado de cada dia. Exige caminhar, seguir o Mestre, pois é na sua Palavra, nos seus ensinamentos que se aprende a ser discípulas. «Atraídas pelo amor de Jesus Cristo aderimos a Ele de modo livre e pessoal. Entramos no Caminho novo e vivo que nos guia ao Pai, na Verdade que nos torna livres e na Vida que nos preenche de alegria» (RV13). Ele fez, faz e continua fazendo história com cada uma das discípulas que o seguiu, segue e seguirá.


Além do caminho há o texto: “Sulle orme di Gesù come donne del Vangelo”, tema proposto para o Centenário. O texto está ao redor da mandala, cujo simbolo indica o mistério de Cristo na sua natureza divina e humana e a contínua renovação da vida em Cristo, o renascer a cada dia, seja de cada cristão como também da vida coletiva, comunitária.


«A graça da conformação à Cristo é realizada pela ação do Espírito Santo, para a glória do Pai que nos conduz rumo a eternidade» (Introdução PGF). Embora não esteja presente um símbolo do Espírito há o dinamismo da roupa, como se houvesse vento, impulso. Esse Espírito conduz cada uma e a congregação, lhe confere ânimo, coragem para prosseguir apesar dos impasses de sua historia.


Com uma das mãos o Cristo Mestre abençoa, podendo ver neste gesto toda benção, todas as graças que nos foram dispensadas no decorrer desses 100 anos. «Tudo é de Deus, tudo nos leva ao Magnificat» (RV11). A mão da frente aponta o caminho, convida a seguir, confiar Nele: “Nolite timere, ego vobiscum sum!” ( RV12).


As imagens femininas são silhuetas que não identificam pessoas específicas, mas toda e qualquer discípula, de todos os continentes e etnias. Estão na cor preta para sobressair, mas também para simbolizar que, realisticamente, somos pálidas sombras daquilo que somos chamadas a ser.


As três linhas que compõem o caminho aludem ao dinamismo de seguir Jesus casto, pobre e obediente, à missão que brota da Páscoa: ao serviço da Eucaristia, do sacerdócio e da liturgia.


São três linhas, uma das quais dá origem a uma quarta linha, para nos lembrar que a fidelidade criativa ao carisma recebido de Pe. Alberione é vivida em seu desenvolvimento constante, em harmonia com o corpo sempre crescente de Cristo (cf MR 11).

Outros projetos para celebração do Ano Jubilar pelo Centenário PDDM

O Governo Geral também colocou em andamento os seguintes projetos:

O site  www.pddm.org/100anni: No dia 20 de novembro, se abrirá uma nova página no site internacional: www.pddm.org/100anni, inteiramente dedicada aos eventos do Centenário. Editada pela Comissão para a Comunicação, esta página aguarda as notícias, publicações e outras inciativas da inteira Congregação.

Hino do Centenário

A canção escolhida, das muitas recebidas, intitula-se “Correte, non temete”, composta pela noviça Monica Marzulli. É uma canção simples, cativante e atrativa no ritmo e mensagem, fácil de memorizar e com o refrão também em inglês. Ela comunica a alegria pascal do encontro com o Mestre, o único motivo da escolha vocacional de cada discípula. Nas estrofes, ressoam as palavras “carismáticas” que motivaram e sustentaram as gerações de Irmãs antes de nós e continuam a transmitir luz e força para olhar para o futuro: “Não tenha medo. Eu estou com você. Daqui eu iluminarei” e “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6).

Ela foi interpretada por um coro de vozes mistas internacionais: Irmãs, Noviças e Noviços Paulinos na Itália, que cantaram transmitindo a energia multicultural. As traduções serão publicadas nos seguintes idiomas: inglês, francês, espanhol e português.

Agradecemos às Irmãs, os Confrades Paulinos e os aos Amigos do Divino Mestre que responderam em grande número, enviando uma composição, com a intenção de transmitir a alegria e o significado do Jubileu de Fundação. Todos os hinos compostos, aqueles que foram recebidos e aqueles que a criatividade ainda vai suscitar, serão publicados no site: www.pddm.org/100anni.

Participe conosco deste grande louvor a Deus pelos 100 anos de presença PDDM na Igreja.

ITINERÁRIO QUARESMAL 

Desde o início do Tempo Quaresmal, a Pastoral Vocacional e os Cooperadores Paulinos Amigos do Divino Mestre estão produzindo o Itinerário Quaresmal. Este Itinerário Quaresmal são programas veiculados no Youtube e são compostos da proclamação o Evangelho do Domingo; um texto da Patrística com link para a “temática” abordada pelo Evangelho; e a equipe sempre conclui com perguntas e atitudes importantes a se despertar em cada pessoa para melhor viver a Palavra de Deus.

São propostas do Itinerário Quaresmal para o internauta:

– No decorrer da semana tire um tempo para rezar e meditar.
– Se possível reserve um lugar na sua casa. Prepare o ambiente colocando um pano roxo, uma cruz, uma vela.
– Invoque o Espírito Santo.
– Retome o texto do Evangelho e da patrística ou um dos dois, de acordo com sua disponibilidade de tempo.
– Preste atenção nas palavras, nas imagens…Se recordar de outra Palavra dê atenção.
– Qual a Boa Notícia?
Medite… O que este texto diz para você.
– Conclua com uma oração espontânea.

Obs: Caso você tenha tempo de anotar… anote o que você considera importante para o seu caminho espiritual-mistagógico.

São todas propostas que remetem a Leitura Orante da Palavra de Deus que, mais que um método, é um modelo de espiritualidade.

O Itinerário Quaresmal pode ser acompanhado pelo Youtube das @piasdiscipulasdodivinomestre. Todos os textos estão sendo disponibilizados no site www.espacoorante.piasdiscipulas.org.br

ITINERÁRIO QUARESMAL – QUARTA-FEIRA DE CINZAS – PARTE 1

ITINERÁRIO QUARESMAL – QUARTA-FEIRA DE CINZAS – PARTE 2

ITINERÁRIO QUARESMAL – 1º DOMINGO DA QUARESMA

ITINERÁRIO QUARESMAL – 2º DOMINGO DA QUARESMA

Textos do Itinerário Quaresmal do 2º Domingo da Quaresma:

Evangelho – Lucas 9,28b-36

Naquele tempo: Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. Eles apareceram revestidos de glória
e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele.
E quando estes homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: ‘Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.’ Pedro não sabia o que estava dizendo. Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra.
Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem. Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: ‘Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!’ Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém
nada do que tinham visto.

ITINERÁRIO QUARESMAL - Ícone da Transfiguração
Ícone da Transfiguração

Texto da Patrística

Dos Sermões de São Leão Magno, papa[1]

(Sermo 51, 3-4.8: PL 54, 310-311.313) – (Séc. V)

Por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo

O Senhor manifesta a sua glória na presença de testemunhas escolhidas, e de tal modo fez resplandecer o seu corpo, semelhante ao de todos os homens, que seu rosto se tornou brilhante como o sol e suas vestes brancas como a neve.

A principal finalidade dessa transfiguração era afastar dos discípulos o escândalo da cruz, para que a humilhação da paixão, voluntariamente suportada, não abalasse a fé daqueles a quem tinha sido revelada a excelência da dignidade oculta de Cristo.

Mas, segundo um desígnio não menos previdente, dava-se um fundamento sólido à esperança da santa Igreja, de modo que todo o Corpo de Cristo pudesse conhecer a transfiguração com que ele também seria enriquecido, e os seus membros pudessem contar com a promessa da participação daquela glória que primeiro resplandecera na Cabeça.

A esse respeito, o próprio Senhor dissera, referindo-se à majestade de sua vinda: “Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai” (Mt 13,43). E o apóstolo Paulo declara o mesmo, dizendo: “Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós” (Rm 8,18). E ainda: “Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória” (Cl 3,3-4).

Entretanto, aos apóstolos que deviam ser confirmados na fé e introduzidos no conhecimento de todos os mistérios do Reino, esse prodígio ofereceu ainda outro ensinamento.

Moisés e Elias, isto é, a Lei e os Profetas, apareceram conversando com o Senhor, a fim de cumprir-se plenamente, na presença daqueles cinco homens, o que fora dito: “Será digna de fé toda palavra proferida na presença de duas ou três testemunhas” (cf. Mt 18,16).

Que pode haver de mais estável e mais firme que esta palavra? Para proclamá-la, ressoa em uníssono a dupla trombeta do Antigo e do Novo Testamento, e os testemunhos dos tempos passados concordam com o ensinamento do Evangelho.

Na verdade, as páginas de ambas as alianças confirmam-se mutuamente; e o esplendor da glória presente mostra, com total evidência, Aquele que as antigas figuras tinham prometido sob o véu dos mistérios. Porque, como diz João, “por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo” (Jo 1,17). Nele cumpriram-se integralmente não só a promessa das figuras proféticas, mas também o sentido dos preceitos da lei; pois pela sua presença mostra a verdade das profecias e, pela sua graça, torna possível cumprir os mandamentos.

Sirva, portanto, a proclamação do santo Evangelho para confirmar a fé de todos, e ninguém se envergonhe da cruz de Cristo, pela qual o mundo foi redimido.

Ninguém tenha medo de sofrer por causa da justiça ou duvide da recompensa prometida, porque é pelo trabalho que se chega ao repouso, e pela morte, à vida. O Senhor assumiu toda a fraqueza de nossa pobre condição e, se permanecermos no seu amor e na proclamação do seu nome, venceremos o que ele venceu e receberemos o que prometeu.

Assim, quer cumprindo os mandamentos ou suportando a adversidade, deve sempre ressoar aos nossos ouvidos a voz do Pai, que se fez ouvir, dizendo: “Este é o meu filho amado, no qual pus todo o meu agrado. Escutai-o” (Mt 17,5).


[1] OFÍCIO DIVINO – Liturgia das Horas, volume II, São Paulo: Vozes/Paulinas/Paulus/Ave Maria, p. 130-132.

CARTA DE IR. MICAELA MONETTI, SUPERIORA GERAL, SOBRE A SITUAÇÃO DAS NOSSAS IRMÃS NA UCRÂNIA

Com uma carta interna para toda a Congregação, a Ir. Micaela Monetti, superiora geral das Pias Discípulas do Divino Mestre, relata como está a Família Paulina presente naquele país e como estão sendo testemunho profético neste momento de dor para aquela nação. Ela motiva a nos unir em oração pela paz.

Leia a carta na íntegra:

Roma, 26 de fevereiro de 2022

Queridas Irmãs, Jovens em formação e Amigos/Amigas do Divino Mestre,

quinta-feira passada 24 de fevereiro, assistimos impotentes à invasão militar da Rússia na Ucrânia, república europeia na qual estão presentes duas pequenas comunidades Paulinas: as Pias Discípulas do Divino Mestre, missionárias polonesas que vivem em Chmel’nyc’kyj, cidade situada na região da Podólia na Ucrânia ocidental, e a Sociedade São Paulo com uma bela missão evangelizadora em L’viv, ou seja, Leópolis, uma cidade da Ucrânia ocidental distante cerca de 70 km da fronteira com a Polônia.

As Irmãs da nossa comunidade estão bem conscientes da gravidade da situação e da imprevisibilidade da evolução do conflito armado. Porém, estão determinadas a permanecer na Ucrânia para continuar a ser uma presença de esperança, oração e solidariedade com a população ucraniana: as famílias, a vida religiosa e as comunidades católicas.

Em resposta aos apelos do Episcopado Ucraniano e das organizações humanitárias internacionais, abriram a casa para acolher fugitivos que precisam de hospitalidade em zonas mais seguras.

Estamos constantemente em contato com elas. No momento estão bem e esperam, como todos nós, que retorne logo a paz e a tranquilidade. Agradecemos a oração e a comunhão que infunde coragem e esperança

Estamos certas de que cada comunidade já se programou para a participação do dia de oração e jejum promovido pelo Papa Francisco, para o próximo 2 de março, com a intenção especifica de implorar paz para a Ucrânia e para a Rússia: infelizmente, as vítimas destas terríveis decisões políticas são na maioria os jovens, de ambas as Nações em conflito.

Pela solidariedade, aprendida na frequentação amorosa e quotidiana da Eucaristia, Pão de Vida para o mundo, fazemo-nos espiritualmente responsáveis pelas famílias, pelos idosos e as crianças e por todos aqueles que pagam o mais alto preço desta tragédia imensa e invocamos paz.

___________________________________

Sr. M. Micaela Monetti, superiora geral

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2022

MENSAGEM DO SANTO PADRE
para a Quaresma de 2022


«Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos»

(Gal 6, 9-10a).


Queridos irmãos e irmãs!
A Quaresma é um tempo favorável de renovação pessoal e comunitária que nos conduz à Páscoa de Jesus Cristo morto e ressuscitado. Aproveitemos o caminho quaresmal de 2022 para refletir sobre a exortação de São Paulo aos Gálatas: «Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo (kairós), pratiquemos o bem para com todos» (Gal 6, 9-10a).

1- SEMENTEIRA E COLHEITA


Neste trecho, o Apóstolo evoca a sementeira e a colheita, uma imagem que Jesus muito prezava (cf. Mt 13). São Paulo fala-nos dum kairós: um tempo propício para semear o bem tendo em vista uma colheita. Qual poderá ser para nós este tempo favorável? Certamente é a Quaresma, mas é-o também a nossa inteira existência terrena, de que a Quaresma constitui de certa forma uma imagem.1 Muitas vezes, na nossa vida, prevalecem a ganância e a soberba, o anseio de possuir, acumular e consumir, como se vê no homem insensato da parábola evangélica, que considerava assegurada e feliz a sua vida pela grande colheita acumulada nos seus celeiros (cf. Lc 12, 16-21). A Quaresma convida-nos à conversão, a mudar mentalidade, de tal modo que a vida encontre a sua verdade e beleza menos no possuir do que no doar, menos no acumular do que no semear o bem e partilhá-lo.
O primeiro agricultor é o próprio Deus, que generosamente «continua a espalhar sementes de bem na humanidade» (Enc. Fratelli tutti, 54). Durante a Quaresma, somos chamados a responder ao dom de Deus, acolhendo a sua Palavra «viva e eficaz» (Heb 4, 12). A escuta assídua da Palavra de Deus faz maturar uma pronta docilidade à sua ação (cf. Tg 1, 19.21), que torna fecunda a nossa vida. E se isto já é motivo para nos alegrarmos, maior motivo ainda nos vem da chamada para sermos «cooperadores de Deus» (1 Cor 3, 9), aproveitando o tempo presente (cf. Ef 5, 16) para semearmos, também nós, praticando o bem. Esta chamada para semear o bem deve ser vista, não como um peso, mas como uma graça pela qual o Criador nos quer ativamente unidos à sua fecunda magnanimidade.
E a colheita? Porventura não se faz toda a sementeira a pensar na colheita? Certamente; o laço estreito entre a sementeira e a colheita é reafirmado pelo próprio São Paulo, quando escreve: «Quem pouco semeia, também pouco há de colher; mas quem semeia com generosidade, com generosidade também colherá» (2 Cor 9, 6). Mas de que colheita se trata? Um primeiro fruto do bem semeado, temo-lo em nós mesmos e nas nossas relações diárias, incluindo os gestos mais insignificantes de bondade. Em Deus, nenhum ato de amor, por mais pequeno que seja, e nenhuma das nossas «generosas fadigas» se perde (cf. Exort. Evangelii gaudium, 279). Tal como a árvore se reconhece pelos frutos (cf. Mt 7, 16.20), assim também a vida repleta de obras boas é luminosa (cf. Mt 5, 14-16) e difunde pelo mundo o perfume de Cristo (cf. 2 Cor 2, 15). Servir a Deus, livres do pecado, faz maturar frutos de santificação para a salvação de todos (cf. Rm 6, 22).
Na realidade, só nos é concedido ver uma pequena parte do fruto daquilo que semeamos, pois, segundo o dito evangélico, «um é o que semeia e outro o que ceifa» (Jo 4, 37). É precisamente semeando para o bem do próximo que participamos na magnanimidade de Deus: constitui «grande nobreza ser capaz de desencadear processos cujos frutos serão colhidos por outros, com a esperança colocada na força secreta do bem que se semeia» (Enc. Fratelli tutti, 196). Semear o bem para os outros liberta-nos das lógicas mesquinhas do lucro pessoal e confere à nossa atividade a respiração ampla da gratuidade, inserindo-nos no horizonte maravilhoso dos desígnios benfazejos de Deus.


A Palavra de Deus alarga e eleva ainda mais a nossa perspectiva, anunciando-nos que a colheita mais autêntica é a escatológica, a do último dia, do dia sem ocaso. O fruto perfeito da nossa vida e das nossas ações é o «fruto em ordem à vida eterna» (Jo 4, 36), que será o nosso «tesouro no céu» (Lc 18, 22; cf. 12, 33). O próprio Jesus, para exprimir o mistério da sua morte e ressurreição, usa a imagem da semente que morre na terra e frutifica (cf. Jo 12, 24); e São Paulo retoma-a para falar da ressurreição do nosso corpo: «semeado corrutível, o corpo é ressuscitado incorrutível; semeado na desonra, é ressuscitado na glória; semeado na fraqueza, é ressuscitado cheio de força; semeado corpo terreno, é ressuscitado corpo espiritual» (1 Cor 15, 42-44). Esta esperança é a grande luz que Cristo ressuscitado traz ao mundo: «Se nós temos esperança em Cristo apenas para esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram» (1 Cor 15, 19-20), para que quantos estiverem intimamente unidos a Ele no amor, «por uma morte idêntica à Sua» (Rm 6, 5), também estejam unidos à sua ressurreição para a vida eterna (cf. Jo 5, 29): «então os justos resplandecerão como o sol, no reino do seu Pai» (Mt 13, 43).

Mensagem do Papa Francisco para  Quaresma de 2022

2- «NÃO NOS CANSEMOS DE FAZER O BEM»


A ressurreição de Cristo anima as esperanças terrenas com a «grande esperança» da vida eterna e introduz, já no tempo presente, o germe da salvação (cf. BENTO XVI, Spe salvi, 3; 7). Perante a amarga desilusão por tantos sonhos desfeitos, a inquietação com os desafios a enfrentar, o desconsolo pela pobreza de meios à disposição, a tentação é fechar-se num egoísmo individualista e, à vista dos sofrimentos alheios, refugiar-se na indiferença. Com efeito, mesmo os recursos melhores conhecem limitações: «Até os adolescentes se cansam, se fatigam, e os jovens tropeçam e vacilam» (Is 40, 30). Deus, porém, «dá forças ao cansado e enche de vigor o fraco. (…) Aqueles que confiam no Senhor, renovam as suas forças. Têm asas como a águia, correm sem se cansar, marcham sem desfalecer» (Is 40, 29.31). A Quaresma chama-nos a repor a nossa fé e esperança no Senhor (cf. 1 Ped 1, 21), pois só com o olhar fixo em Jesus Cristo ressuscitado (cf. Heb 12, 2) é que podemos acolher a exortação do Apóstolo: «Não nos cansemos de fazer o bem» (Gal 6, 9).
Não nos cansemos de rezar. Jesus ensinou que é necessário «orar sempre, sem desfalecer» (Lc 18, 1). Precisamos de rezar, porque necessitamos de Deus. A ilusão de nos bastar a nós mesmos é perigosa. Se a pandemia nos fez sentir de perto a nossa fragilidade pessoal e social, permita-nos esta Quaresma experimentar o conforto da fé em Deus, sem a qual não poderemos subsistir (cf. Is 7, 9). No meio das tempestades da história, encontramo-nos todos no mesmo barco, pelo que ninguém se salva sozinho; 2 mas sobretudo ninguém se salva sem Deus, porque só o mistério pascal de Jesus Cristo nos dá a vitória sobre as vagas tenebrosas da morte. A fé não nos preserva das tribulações da vida, mas permite atravessá-las unidos a Deus em Cristo, com a grande esperança que não desilude e cujo penhor é o amor que Deus derramou nos nossos corações por meio do Espírito Santo (cf. Rm 5, 1-5).
Não nos cansemos de extirpar o mal da nossa vida. Possa o jejum corporal, a que nos chama a Quaresma, fortalecer o nosso espírito para o combate contra o pecado. Não nos cansemos de pedir perdão no sacramento da Penitência e Reconciliação, sabendo que Deus nunca Se cansa de perdoar.3 Não nos cansemos de combater a concupiscência, fragilidade esta que inclina para o egoísmo e todo o mal, encontrando no decurso dos séculos vias diferentes para fazer precipitar o homem no pecado (cf. Enc. Fratelli tutti, 166). Uma destas vias é a dependência dos meios de comunicação digitais, que empobrece as relações humanas. A Quaresma é tempo propício para contrastar estas ciladas, cultivando ao contrário uma comunicação humana mais integral (cf. ibid., 43), feita de «encontros reais» (ibid., 50), face a face.
Não nos cansemos de fazer o bem, através duma operosa caridade para com o próximo. Durante esta Quaresma, exercitemo-nos na prática da esmola, dando com alegria (cf. 2 Cor 9, 7). Deus, «que dá a semente ao semeador e o pão em alimento» (2 Cor 9, 10), provê a cada um de nós os recursos necessários para nos nutrirmos e ainda para sermos generosos na prática do bem para com os outros. Se é verdade que toda a nossa vida é tempo para semear o bem, aproveitemos de modo particular esta Quaresma para cuidar de quem está próximo de nós, para nos aproximarmos dos irmãos e irmãs que se encontram feridos na margem da estrada da vida (cf. Lc 10, 25-37). A Quaresma é tempo propício para procurar, e não evitar, quem passa necessidade; para chamar, e não ignorar, quem deseja atenção e uma boa palavra; para visitar, e não abandonar, quem sofre a solidão. Acolhamos o apelo a praticar o bem para com todos, reservando tempo para amar os mais pequenos e indefesos, os abandonados e desprezados, os discriminados e marginalizados (cf. Enc. Fratelli tutti, 193).

3 – «A SEU TEMPO COLHEREMOS, SE NÃO TIVERMOS ESMORECIDO»

Cada ano, a Quaresma vem recordar-nos que «o bem, como aliás o amor, a justiça e a solidariedade não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados cada dia» (ibid., 11). Por conseguinte peçamos a Deus a constância paciente do agricultor (cf. Tg 5, 7), para não desistir na prática do bem, um passo de cada vez. Quem cai, estenda a mão ao Pai que nos levanta sempre. Quem se extraviou, enganado pelas seduções do maligno, não demore a voltar para Deus, que «é generoso em perdoar» (Is 55, 7). Neste tempo de conversão, buscando apoio na graça divina e na comunhão da Igreja, não nos cansemos de semear o bem. O jejum prepara o terreno, a oração rega, a caridade fecunda-o. Na fé, temos a certeza de que «a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido», e obteremos, com o dom da perseverança, os bens prometidos (cf. Heb 10, 36) para salvação nossa e do próximo (cf. 1 Tm 4, 16). Praticando o amor fraterno para com todos, estamos unidos a Cristo, que deu a sua vida por nós (cf. 2 Cor 5, 14-15), e saboreamos desde já a alegria do Reino dos Céus, quando Deus for «tudo em todos» (1 Cor 15, 28).
A Virgem Maria, em cujo ventre germinou o Salvador e que guardava todas as coisas «ponderando-as no seu coração» (Lc 2, 19), obtenha-nos o dom da paciência e acompanhe-nos com a sua presença materna, para que este tempo de conversão dê frutos de salvação eterna.


Roma, em São João de Latrão, na Memória litúrgica do bispo São Martinho, 11 de novembro de 2021.


[Papa Francisco]


1 Cf. SANTO AGOSTINHO, Sermones 243, 9,8; 270, 3; Enarratio in Psalmis 110, 1.

2 Cf. FRANCISCO, Momento extraordinário de oração em tempo de pandemia (27 de março de 2020).
3 Cf. IDEM, Angelus de 17 de março de 2013.

TESTEMUNHO DE JOSÉ DANTAS, CP-ADM

Sou pernambucano, residente em Olinda, bairro de Casa Caiada, atuante na comunidade da paróquia de São José.

Participo como ministro extraordinário da sagrada comunhão, na liturgia como leitor, nos grupos Legião de Maria e apostolado da oração.

Meu primeiro contato com a congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre, foi com as Irmãs Clarinda, Zélia e Dáurea, quando elas participavam nos encontros de liturgia e catequese na nossa paróquia. Eu desconhecia os Cooperadores Paulinos Amigos do Divino Mestre (CP-ADM). O convite para ser participante do grupo veio através da Irmã Rosária, quando participávamos da festa do Santíssimo Salvador, padroeiro de Olinda, na catedral. Ir. Rosária era coordenadora da liturgia. Foi com surpresa e alegria que, dentre várias pessoas, ela me escolheu. Daí em diante, procurei informação sobre o significado de ser um CP-ADM e, na medida que descobria, cada vez mais gostava da ideia de fazer parte desse grupo de leigos da Família Paulina.

Em 2018, participei do Encontro Nacional. Foi uma grande organização de evangelização com vários CP-ADMs de todos os estados brasileiros, realizado no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo. Considerei uma maravilha. Estávamos nos preparando para um novo encontro nacional, mas, infelizmente, com a chegada da pandemia, o mesmo foi cancelado. Porém, nos mantivemos conectados on-line pelas redes sociais com encontros e estudos, como o das Cartas Paulinas, sob orientação da nossa Irmã HELENA GHIGGI. Também recebemos, para leitura e meditação, os boletins mensais enviados pela Irmã Vera, os quais muito nos orienta nos encontros.

Aqui em Olinda também participamos de vários estudos on-line sobre a liturgia da Igreja com a Irmã Paula Souza. Sob a intercessão do padre Tiago Alberione e Madre Escolástica ao Divino Mestre Nosso Senhor Jesus Cristo, quando tudo isso passar, voltaremos a nos encontrar presencialmente com toda alegria e amor, para anunciar o EVANGELHO de Jesus a todas as criaturas.

José Dantas.
CP-ADM núcleo de Recife

Profissão Perpétua de Ir. M. Natali Santos Bertoso

À alegria deste 33º Domingo do Tempo Comum, juntamos a ação de graças pelos votos definitivos de nossa querida irmã M. Natali. O lema da Profissão Perpétua de Ir. M. Natali é: “Tua Palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho” Sl 119,105.

A celebração foi presidida pelo Pe. Joaquim de Souza Filho, padre da Diocese de Jundiaí. Recebeu os votos a Ir. Marilez Furlanetto, superiora provincial e, na celebração estavam presentes as Irmãs Pias Discípulas das comunidades de São Paulo, além de algumas pessoas da paróquia local, Jesus de Nazaré, que auxiliaram no canto e na gravação da celebração. A Missa foi transmitida ao vivo pelo canal do Youtube da Congregação no Brasil.

Ir. M. Natali entrou na comunidade de Olinda em fevereiro de 2008 e, em 10 fevereiro de 2013, depois de cinco anos de formação em Cabreúva e Caxias do Sul, fez seus primeiros votos. Nos anos seguintes, depois dos primeiros votos partilhou da nossa vida e missão nas comunidades de Taguatinga, Olinda, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2020, foi à Roma se preparar para renovar o seu sim e ser confirmada por Deus definitivamente entre as Pias Discípulas.

Link da gravação da Celebração dos Votos Perpétuos de Ir. M. Natali Santos Bertoso

Após a Celebração, a comunidade Jardim Divino Mestre ofereceu um jantar a todos os presentes.

Esta celebração preparada com todo carinho, marcou a sua caminhada com seu sim generoso e feito, agora, para toda a vida. Que a alegria da Ir. M. Natali anime todas nós, suas irmãs, e seja de alegria também para a sua família.

Testemunho de Débora Brito, Amiga do Divino Mestre de Brasília

[…] “podem entrar todos aqueles que se empenham de fazer pela boa imprensa ou especiais orações, ou ofertas, ou trabalhar, escrever…” […] “Vós sereis seus zeladores junto a todos aqueles que puderdes. Dentro de trinta anos compreendereis a importância de quanto eu disse nessa noite. Dentro de trinta anos”. (Diário de Giaccardo, 30 de setembro de 1918, pp 46-47).

Assim começa a minha missão como Cooperadora Paulina, Amiga do Divino Mestre, antes mesmo que eu entendesse esse chamado. Desde pequena sempre fui uma pessoa muito falante e comunicativa. Cresci em uma família muito grande, com dois irmãos e meus pais, vivíamos com avós, tios e primos em um mesmo ambiente. Participei da catequese desde muito nova e, aos 13 anos, comecei a auxiliar os catequistas em minha comunidade. Aos 15 anos oficialmente após a crisma, me tornei catequista. Entrei também para o ministério de música e grupo de jovens, na Igreja praticamente o dia todo, como dizem por aí.

Nessa mesma época, meus pais se casaram no religioso iniciando a conversão de toda nossa família. Iniciei meu namoro também nesse período e passamos 11 lindos anos de relacionamento, entre namoro e noivado. Organizando casa, preparando a vida para constituir a tão sonhada família. Mas os planos de Deus foram outros. Em meados de 2009, aquela notícia que ninguém quer receber: seu grande amor, companheiro de vida foi diagnosticado com câncer. Um susto e ao mesmo tempo aquela esperança de que tudo se resolveria.

De repente, mais uma notícia: um primo muito querido falece, de câncer no auge da juventude. Tempo depois, um tio que há muito tempo não se via, falece por suicídio, e outro por uma doença adquirida por uma bactéria transmitida por pombos. As perdas só iam aumentando, duas senhoras amigas queridas também falecem de câncer. Parecia que essa era a palavra do dia, algo comum, a dor era inevitável, mas as lágrimas secaram e só vivia conforme a vida ia seguindo. No meio desse turbilhão idas e vindas no hospital para acompanhar meu noivo nesse processo todo, e revezamento com uma faculdade de administração na qual nem mesmo sei como passei e concluí a graduação, porque até mesmo meus trabalhos eram amigas maravilhosas que me ajudavam.

Em 2011, meu noivo faleceu e com ele toda uma vida de sonhos e idealizações. Ali, fui ao fundo do poço literalmente quando baixaram o caixão. Me fechei para tudo, para o mundo, mas o sorriso estampado no rosto para não permitir que ninguém sofresse comigo, por achar que aquela dor era só minha, me deu forças para seguir de alguma maneira. Um assalto em nossa residência, nos fez trocar de casa e apaguei da memória todo resquício que havia deixado de uma vida e fui atrás de outros caminhos.

Recomecei em novo trabalho, nova Igreja, novos amigos. Mas no meio da caminhada que parecia estar tudo normal, adoeci. E me vi em uma mesa de cirurgia. Vivia tendo crises e crises hemorrágicas devido a uma endometriose, na qual vivia em hospitais tomando remédios e a tristeza por trás daquele sorriso começou a transparecer mais forte. O médico disse que teria que fazer uma nova cirurgia, mais complexa porque meu intestino havia aderido ao útero e não poderia ser feita de forma simples.

Então, mais uma vez no turbilhão, nasceu minha primeira sobrinha, e a luz voltou. Naquele ser tão pequeno que eu só pude conhecer uma semana depois porque eu estava me recuperando, me deu novo sopro de vida e um amor tão grande que nem percebi, quando estava indo para a segunda cirurgia. Conversei com Deus e pedi uma luz para mudar a minha vida e pedi a cura para cuidar da minha pequena.

Uma amiga linda cuidou de mim e me indicou excelentes médicos, e fui parar no melhor médico de Brasília e especialista da área. Na mesma semana essa amiga também faleceu. Perdi também meus avôs nesse meio tempo e a morte passou a ser rotineira na minha vida. Dessa vez, eu tinha por quem lutar e fui pedindo a Deus forças. Entrei e saí de grupo de Igreja. Me revoltei, me afastei, mas Ele sempre nos busca aonde for. A catequese era minha base e foi o único grupo que não saí até hoje. E em uma formação, conheci a irmã Graça, Discípula do Divino Mestre, que fez o convite para ir em uma missa de envio aos 100 anos dos Cooperadores.

Operei, melhorei e fé em Deus fui curada, não da doença porque essa é crônica, mas para Deus nada é impossível. Nasceu meu segundo sobrinho e a tristeza que havia no sorriso foi dissipando ainda mais. A frase do início do texto, bateu forte no coração, desde o primeiro encontro dos Amigos, no qual levei minha mãe também. E em São Paulo, no encontro dos Cooperadores, desabrochou após uma entrevista ao Bem-vindo, Romeiro. A energia ali foi tão forte e aos pés de Nossa Senhora Aparecida naquela Missa, minha vida mudou. A comunicação veio forte e o chamado só foi aumentando.

Então me vi na comunicação nacional dos Amigos. Me vi em uma faculdade de jornalismo e hoje pós-graduada em Marketing Digital. Produtora e repórter voluntária em uma rádio católica em Brasília, no projeto de eventos Católicos e muitos outros projetos na área da comunicação, assumindo a gestão das redes sociais de algumas empresas privadas, além de um estágio no Ministério da Justiça em Brasília.

Tenho certeza de que Alberione intercede por mim e me leva cada vez mais para a comunicação católica. A fazer a boa imprensa e levar o Evangelho aonde for, pois esse tornou-se o lema do meu chamado: “Despertai o mundo com a Luz do Evangelho”. Agora falta apenas emitir as promessas no momento certo e ir cada vez mais anunciar a boa-nova e mostrar Jesus Divino Mestre, como Paulo fez.

Agradeço aos amigos e as irmãs queridas que me acolherem com tanto amor, por me ensinar, dar um sentido e razão de viver e anunciar. Além de entender que: “Dentro de trinta anos compreendereis a importância de quanto eu disse nessa noite. Dentro de trinta anos”. Tudo fez sentido!

Débora Brito.

CP-ADM núcleo de Brasília

PDDM: 65 ANOS DE BRASIL

Pias Discípulas do Divino Mestre: 56 anos de presença no Brasil

A fundação das Pias Discípulas deu-se no dia 26 de julho de 1956, com a chegada ao Brasil de um grupo de seis Pias Discípulas. Pe. João Roata, ssp, Mestre Dolores, fsp, e outras Paulinas receberam as Irmãs fundadoras, que logo iniciaram a vida e missão no Brasil com a adoração eucarística e o serviço sacerdotal no Seminário da Pia Sociedade de São Paulo.

Ir. Paulina de Luca

As irmãs que chegaram neste dia 26 de julho se juntaram a Ir. Paulina de Lucca, que havia vindo ao Brasil no dia 1º de fevereiro de 1956. Ela havia nascido em São Carlos do Pinhal, SP. Poucos meses depois de seu nascimento, seus pais, migrantes, retornaram para a Itália. Lá Ir. Paulina de Lucca cresceu, estudou e provavelmente terá se sentido bem mais italiana que brasileira. Aos 18 anos, ingressou na Congregação. Sua família retornou ao Brasil. Havia 30 anos que não via seus pais. Assim, vir antes foi uma preparação importante para a chegada das primeiras em terras brasileiras, mas foi uma possibilidade dela rever os pais.

Apesar de nunca ter expressado o desejo de rever os pais, o Fundador, Bem-Aventurado Tiago Alberione a enviou primeiramente a revê-los. A saúde deles já estava debilitada e isto foi importante.

Ir. M. Salvatoris Lucia Rosa, Ir. M. Modesta Santina Grotto, Ir. M. Giancarla Catarina Barale, Ir. M. Pasquina Romano, Ir. M. Fabiana Giuseppa Lucido, Ir. M. Paolina Margharita De Lucca e Ir. M. Venerina Vaccarisi, saíram no dia 09 de julho de 1956, do Porto de Gênova, no navio “Conte Grande” para o porto de Santos/SP. No dia 26 de julho de 1956, as Pias Discípulas foram acolhidas com prolongado toque de sino, na casa das Filhas de São Paulo. Depois passaram a morar no Seminário Paulino.

Irmãs no porto de Gênova: Tecla Molino, Fabiana, Salvatoris, Madre Lucia, Pasquina, Giancarla, Modesta e Venerina.

Ir. Marilez Furlanettto, atual provincial PDDM no Brasil, assim se expressa: “A elas e a todas as que nos antecederam, nosso reconhecimento e estima, porque souberam acolher e fazer frutificar as graças e bênçãos que o Senhor derramou em cada uma das pequenas ou grandes ações realizadas com amor e por amor a Deus que é fiel em suas promessas”.

De fato, celebrar 65 anos nos enche de gratidão por este caminho de fé, doação e amor a Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida. Ainda, Ir. Marilez motiva:

O Senhor nos conduziu ao longo destes 65 anos, iluminando nossos passos e enviando pessoas generosas que muito contribuíram como amigos, benfeitores, colaboradores e cooperadores Amigos/as do Divino Mestre, para a expansão da Congregação no Brasil e desenvolvimento da Missão. Temos a certeza que Ele está conosco e quer continuar nos mostrando o caminho. Deixemo-nos guiar pela sabedoria divina e acolhamos os “sinais dos tempos,” que na atual situação nos desafiam a redesenhar nossas presenças e a entrar na dinâmica da solidariedade, como nos orienta o Papa Francisco na Carta Encíclica Fratelli tutti: A solidariedade manifesta-se concretamente no serviço, que pode assumir formas muito variadas de cuidar dos outros. O serviço é, «em grande parte, cuidar da fragilidade. Servir significa cuidar dos frágeis das nossas famílias, da nossa sociedade, do nosso povo». Nesta tarefa, cada um é capaz «de pôr de lado as suas exigências, expetativas, desejos de omnipotência, à vista concreta dos mais frágeis (…). O serviço fixa sempre o rosto do irmão, toca a sua carne, sente a sua proximidade e, em alguns casos, até “padece” com ela e procura a promoção do irmão. Por isso, o serviço nunca é ideológico, dado que não servimos ideias, mas pessoas». Peçamos que Jesus Mestre e Pastor continue chamando pessoas que desejam abraçar a causa do Reino de Deus. E assim podermos levar a Boa notícia do Evangelho para que todos tenham vida e vida em plenitude. Desejamos caminhar na comunhão e servir na alegria. 

Padre Tiago Alberione escreveu às Irmãs enviadas em Missão: “Páscoa de 1956. Felicitações e orações. Peço a Deus que a solenidade destes dias proporcione aumento de graças, luzes, merecimentos e alegrias. Abençoo cada um dos vossos nomes. O Divino Mestre vos dará outra casa, se fordes fiéis. Rezo pelas vocações; mas muito cuidado na escolha das mesmas. Amor a Jesus Hóstia!”.

Nossas Irmãs foram memória viva dessa herança carismática. O Divino Mestre tornou-as fiéis, fecundas na fé e na esperança, e os frutos foram abundantes. Gratidão eterna a Deus por sua bondade e às Irmãs pela generosa doação no grande desafio dos inícios de chegada na Terra de Santa Cruz.

Pias Discípulas: contexto sociocultural e eclesial na chegada, em 1956

Como as demais congregações paulinas vindas para o Brasil, as Pias Discípulas se instalaram em São Paulo, na capital. A população era predominantemente italiana, portuguesa e japonesa. Na época, o fenômeno da urbanização marcava a cidade de São Paulo, que buscava responder aos imensos desafios urbanos e das culturas emergentes. Dominava a migração nordestina.

No quarto centenário (1954) da cidade de São Paulo, o Estado de São Paulo possuía catorze Dioceses e a população da Arquidiocese ultrapassava três milhos de habitantes – o que a colocava como a maior do Brasil e da América do Sul. Em 1955, deu-se a fundação da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por iniciativa de Dom Hélder Câmara.

A Igreja recebeu forte impulso do CELAM (Conselho Episcopal Latino Americano), cuja fundação deu-se também em 1955.

Deste contexto emergem:

  • Redescoberta da dimensão social da fé, ensaio da nova presença da Igreja na sociedade.
  • Experiência de fé no contexto do compromisso laical, Ação Católica e Movimentos: ACO (Ação Católica Operária); JOC (Juventude Operária Católica) – JUC (Juventude Universitária Católica).
  • Emergência das classes populares: plano de pastoral de conjunto com forte sentido de participação, planejamento e descentralização do poder.

As Pias Discípulas foram acolhidas oficialmente pelo Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, na pessoa de Dom Paulo Rolin Loureiro, bispo auxiliar e vigário geral do Arcebispado.